sábado, 25 de maio de 2013

A Tempo do Compasso, eu espero.



Deve ser por causa disto. 

Deve ser por esta imagem que habita a minha memória em tempo que já não sei. 
Esta fotografia dos meus pais foi tirada numa festa em que para não variar se mascararam a rigor. 
Bonnie&Clyde. 



Um dia, num qualquer Domingo de agora, e porque o sol se deixou ver, fui ao Jardim da Estrela. 

Adormeço debaixo de uma árvore, e acordo ao som de uma musica que parecia não sair do sonho. 
Era o Coreto.Ali se dançava imparávelmente. 
Percebia-se que sabiam o que faziam. Sabiam como dançavam a encantar os olhares de quem os via. 
Fiquei a saber que queria dançar assim um dia. Com todas as inseguranças que nos povoam para o desconhecido, fui. Tenho pressa que o tempo me dê o compasso certo. 
Mas respiro a saber que um dia talvez possa voar nessa dança.
Posso dizer que o meu fascinio vem daqui:
em 1980 fui aluna de sapateado numa escola de circo no bairro alto. 
O Mestre Mariano era o professor, tinha aprendido a dançar de tanto ver o Fred Astaire na televisão. 
Um homem que nunca mais vou esquecer. 

Depois tem outra coisa. É a estética da época. 

Os anos 20  e 30 são os meus. 
Gosto de tudo o que imagino se vivesse nesse tempo. Gosto da luz, dos cheiros, das boquilhas, da musica, das perolas, dos sapatos, das plumas, das vozes, dos olhares, da musica, das boinas, dos chapéus, do brilho mate em que se vivia...

O LindyHop faz-me viajar num sonho afinal possivel.