terça-feira, 31 de maio de 2011

Comunicar, parece fácil mas ás vezes é difícil. 
Fazer passar aos outros a mensagem que se  quer, pressupõe a capacidade de nos pormos nos seus pés. 
Os outros não nos adivinham, os outros não estão dentro de nós para captar as nossas lógicas, emocionais, temperamentais, e outras que tais. As sensibilidades dos momentos podem de facto não estar alinhadas.
Por isso mesmo, ás vezes é melhor ficarmos calados, no nosso canto, com as nossas coisas, com as nossas contradições, com as nossas duvidas. Porque os  julgamentos são uma enorme tentação. 
A cobrança duma mudança sem aviso prévio, pode criar mesmo desentendimentos dolorosos. 
Aprendi comigo que quanto menos falar, menos arrisco. Quanto menos me comprometer nas palavras melhor. Quanto menos publicar as minhas duvidas melhor.
O bom da vida também tem isto lá dentro: é a boleia que nos dá de podermos estar sempre a aprender, e através das lições mudarmos o que não estava a funcionar, ou o que nos leva a uma vida mais tranquila e livre.  
Por amizade os outros chamam-nos á razão. Mas a razão é deles, não é a nossa. E vice versa..
Ser livre é também resistir á tentação de não julgar. De não ajuizar os outros com os nossos juízos. 

sábado, 28 de maio de 2011

ARCO IRIS

Olhamos, perguntamos, procuramos, mas nada parece ser mais importante que a cor dos olhos. 
São os olhos que dizem tudo.


A expressão de um olhar tem em si a possibilidade de todas as palavras do mundo, e mesmo assim não chegam por vezes,  para descrever um olhar. 


Os olhares quando do fundo,  trocam-se na mesma medida. Só assim podem comunicar justa e encontradamente. 
Mas não é fácil ás vezes assumir o silencio que pede um olhar  de segundos, que no entanto pode ser eterno.
"Fui ao ver-te, tudo o que vi" escreve alguém que admiro pela posse das palavras que me dá a ler,  e a reter. 
Num olhar de segundos, trocado, cruzado, igualado, o mundo pára estanque, como se nada mais existisse do que esse momento. Tudo o que se vê nesse tempo, são os olhos do outro espelhando a alma. 
É talvez por isso que todas as palavras não cheguem, porque, como se descreve afinal a sensibilidade da alma? São os olhos mesmo, o espelho da alma? São. Todos sabemos que sim, mesmo que por vezes tentemos escapar a essa radiografia, dizendo palavras soltas, impensadas ou pensadas, para não comprometer a soltura da alma. 
Os olhares vêm com legendas. 
Contam que o coração bate, que a alegria é imensa, ou que a tristeza também. 
Ontem num instante apareceu-me um arco íris, estava como suspenso na minha janela. 
Foi a exactidão do momento. Foram os olhos de Deus ali, em mim. Os olhos de Deus têm todas as cores, por isso eu soube.
Olhos de surpresa e alegria tive eu seguramente pelo espanto do momento. Era sim a minha alma a registar. Para sempre. Agradecendo. 
Nesse instante foi tudo o que vi, foi tudo o que senti.

terça-feira, 24 de maio de 2011

lugar desocupado

Vazio. 
Vazio da perca - dizias tu ontem, como a assumir um diagnóstico do estado.
Vazio sim digo eu. Como pode não ser vazio um lugar que deixou de estar ocupado no nosso coração?
Ninguém é insubstituível, e por isso o lugar de alguém em nós, que de nós saiu sem querermos, preenche um vazio. Assim se fica é espera que os dias passem, e que o vazio se vá embora para sempre. 
Mas só o tempo esbate, esse espaço, esse lugar que nos invade tanta vez nas memórias, no voar do pensamento, nas questões sem resposta, para as não razoes do coração.
Assim será sempre. Porque mesmo que o coração esteja cheio de lugares sentados para quem faz parte dele, por escolha nossa, uma partida de alguém deixa sempre uma cadeira vaga. E umas não ocupam as outras. Vaga está a cadeira e assim ha de ser, até que um dia deixe de estar passando para o bastidor, como se já não fizesse parte do guião. 
A vida é isto também: entradas e saídas, sem prazo. 
Nada é para sempre. E isto tem tudo que ver com liberdade. 
Tu vais ficar bem, porque um dia acordas e ris por tudo e por nada. E nem te apercebes que afinal aquela cadeira já não ocupa espaço, não tem mais lugar.E então,agradeces a vida ser assim afinal. Só faz falta quem está. 

segunda-feira, 23 de maio de 2011

sempre se acha o que é para ser nosso

A vida é arte do encontro. ( embora haja tanto desencontro pela vida)


Dizia, escrevia o Vinicius.
Diz quem sabe da vida, a troco do preço da Vida no que ela traz de encontro e desencontro também.
A arte do encontro tem encontro marcado com a tela da vida.
Para os encontros temos de estar acordados. Descentrados de nós e abertos aos outros. A magia da vida trata do resto:  Porque a geografia do lugar, o compasso do tempo e a geometria do espaço já estão  desenhados em papel vegetal por cima do nosso mapa.
Quando os encontros se fazem, toca o alarme por todos os lados.
Sabemos de dentro de nós, que aquela pessoa veio para ficar. Veio para marcar terreno nos nossos dias, seja de que forma for, e porque razão for.
O encontro com os outros gera o encontro connosco: revemo-nos na linguagem, numa frase, num sorriso, numa musica, nos sapatos, no olhar, na atitude..não importa.
Os encontros são equações com denominadores comuns. Estamos ligados e por isso nos encontramos.
Os encontros são abraços invisíveis, e ás vezes visíveis, á mão de semear.
Os encontros são autoritários nisto: Não se marcam, encontram-se.
Basta estar acordado.



O Paraiso encontra-se nos perdidos e achados.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

passei o cabo das tormentas. a calmaria anuncia-se. em silencio a paz começa a sentir-se, mesmo que devagar. respiro fundo, a realizar. sobra tudo ainda o que há para viver. 
deixo-me ir, plena de direitos. e mais inteira, talvez. 
a vida respira. eu, abraço-a. 


os muros? só servem pra escrever coisas...e mesmo assim ás vezes nem para isso.

terça-feira, 17 de maio de 2011

the heart knows, almost, allways.

Vou sempre reconhecer-te no meio da multidão. 
Antes de te ver, sinto te, e sei-te ali. Depois é só uma questão de olhos, cruzados pra confirmar que sim. 
Tem pessoas na nossa vida, que não têm tempo. Porque existem sempre no passar dos dias, e das horas que fazem o correr das coisas boas. 
Passaste por mim, a ao passar ficaste. Para que eu me lembre sempre que valeu a pena, no sentido das coisas que não têm tamanho, nem definição. Apenas a certeza de que por causa de pessoas assim, a vida é melhor. 
Chega saber-te bem. Nada mais é preciso, para a alegria dos meus dias.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Festejar a vida. 
Quem festeja, contagia. Assim foi no ultimo sábado. 
Com muito trabalho e empenho a coisa montou-se. Gratuita e grande para dar a quem merece. 
A emoção falou toda a noite. Os amigos apareceram na hora combinada e tudo magicamente se cumpriu. 
Ás vezes não se cabe em nós. Por isso transbordamos de bom, colando nos outros a alegria de dentro. 
És muito especial e no que tocas transformas. Por isso todos estavam lá a festejar-te a celebrar a vida através de ti. Valeu a pena tudo. Na memória se guardam noites assim para sempre. 
Parabéns meu querido Vasco. Sabes que te adoro. E que te guardo sempre comigo. 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

PORQUE: TUDO O QUE NÃO É DADO, PERDE-SE.


"Ao desígnio da matéria opõe-se um outro, 
 Onde o perfume da eternidade é tão intenso que basta fechar os olhos para a ver"


Partilhar está na ordem do dia. Partilhar deve ser a palavra posta em pratica sem hesitações. 
Partilhar é dar o que se sente. 
Ordenar a ordem da realidade na partilha da verdade. 
Estamos ligados, não estamos sozinhos. 
Que a  globalização sirva exactamente para contrariar as ilhas do individualismo, e que se desenhe através dos meios que temos, (e não são poucos, diga-se) um mapa mundo de comunicação comum. 
De que serve guardar para nós, as coisas boas que temos, que pensamos, que criamos, que imaginamos? Não nos leva a lugar nenhum, porque os outros não nos adivinham...A partilha é o oposto disto, é dar o que sabemos pensar, é deixar entrar os outros nos nossos sonhos que assim se tornam mais possíveis, é estar atento e multiplicar. 
A partilha gera partilha, e assim se contagia.
Este é o networking que vale a pena, pelo encontro e mais valia que surge, no reconhecimento de não sermos únicos, sendo, mas pelo resgate da compreensão dos outros por nós. 
E depois é escolher, porque na liberdade de expressão que temos, em boleia gratuita, podemos escolher quem queremos pela diferença ou igualdade de pensamento, de atitude.
É muito através dos outros que crescemos aprendendo. Há pessoas no meu mapa que já sei que não abro mão. Porque passaram a fazer parte dele. E preciso dessas pessoas para que a minha vida se ria e respire melhor..
Só me faz sentido que assim seja. Não vale tudo, claro. Não se dá ao desbarato impondo as nossas regras aos outros. Eu falo de partilha humilde, falo de dar o melhor que sabemos e temos, porque algures alguém pode vibrar e crescer com isso. 
É evidente que a partilha requer transparência acima de tudo. Requer que se assuma o que se é numa verdade estanque e sem batotas. Essa contabilidade interna que podemos todos fazer, quando nos apetecer sem cobranças, sem facturas. 
E esta é a verdadeira liberdade: a da escolha. 
Mas, para se escolher, é preciso estar aberto e mostrar o que se é. 
A Alma não se deve poupar num acto egoísta ou solitário...para a Economia da Alma, existe igualmente a lei da oferta e da procura, ou seja: dar e receber e assim evoluir. 
Numa medida equilibrada e ponderada. 


Partilhar é dar de nós, é o direito nosso e dos outros de existir assim mesmo. E sê-lo. Percebemos assim melhor para que serve a eternidade. Ficamos mais perto de nós, através dos outros. 

segunda-feira, 2 de maio de 2011

fading away away away

se eu fosse a ti, não ia por ai. ia exactamente pelo lado oposto.mas eu não sou tu.nem quero ser. eu não vivia bem se fosse assim como tens mostrado ser. de há uns tempos para cá vejo o mapa teu de fora. quanto mais o vejo e reparo, mais o acho irreparável.
quem és tu afinal? aquilo que pensavas que os outros queriam que fosses? enganado. os outros que te querem, querem-te só e apenas em verdade. verdade daquela que é universal no preto e branco. verdade inabalável de princípios estanques por isso únicos. e imutáveis. já quase não te vejo como te via. Já quase não estou, de tanto desacreditar. mostra-me o que és, se de outra forma fores. ou então deixa-me para sempre.