segunda-feira, 28 de março de 2011

right.

“Mas, devagar, o tempo transformava tudo em tempo. O ódio transformava-se em tempo, o amor transformava-se em tempo, a dor transformava-se em tempo. Os assuntos que julgamos mais profundos, mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis, transformavam-se devagar em tempo. Por si só, o tempo não é nada. A idade de nada é nada. A eternidade não existe e, no entanto, a eternidade existe. Os instantes dos olhos dela parados sobre mim eram eternos. Os instantes do sorriso dela eram eternos. Os instantes do seu corpo de luz eram eternos. Foi eterna até ao fim.”
José Luís Peixoto

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