quarta-feira, 8 de julho de 2009

outros em nós


outros que ficam colados em nós. para sempre.

por causa de frases de coisas que disseram, por causa dos cheiros, das historias vividas. por causa do que tocaram e maiores nos tornaram. são magicos os encontros, os toques, o recapitular da memoria no hoje.

Uso e abuso das heranças deixadas.uso frases, uso musicas, uso com cuidado sabendo que so me pertencem porque eu estive lá. e trocaram-se coisas. coisas minhas tambem ficaram em alguem, porque sao mesmo para isso, nada se perde do que foi dado..mesmo que o tempo passe. os outros ficam de algum bocado colados em nós. colados para sempre. ninguem se importa com isso...porque eu tambem eu nao. ousar em usar...ousar sem medo, afinal para partilhar..escreve algo que me descreva. da me aquela musica de nós...e o desenho e a flor que ja secou mas ainda esta la. esta la e vai ficar colado em mim quase tudo de ti.

2 comentários:

starman disse...

O privilégio do pedido em aberto para uma incapacidade de descrever-te... Na tentativa vai o que pode.
Até nisto o modo teu de receber só equivale à capacidade tua de dar. Plasmas, como está em voga dizer-se, recriando aquilo, pouco, que te trazemos. A esperança de te ver transformar em bom aquilo que nada é, espécie de Midas contemporâneo, faz com que se queira estar próximo. rente, como gostas de dizer. Vês como ficam coisas tuas nos outros que somos nós?

As colagens constantes, nítidas, claras, afiadas como gumes de cimitarras ( esta é uma tirada quase literária para nos rirmos da prosápia de uns e outros que somos, sempre e aindal, nós), do que te chega aos sentidos apurados são tradução, em velocidade vertiginosa mas em nada misturada, daquilo que és transformada que foste em ti - aqui, fica também um agradecimento ao Nietsche.

A humildade com que envergonhas o convencimento, a arrogância e o outro não visível da Lua que mostras a cada momento, são lições que ficam sem preço tal o valor.
E tudo teu parece basear-se numa estética instintiva, natural, de reconhecimento imediato.

Faíscas, portanto.

Temos sorte nós, que somos os outros, em poder estar na tua roda.

Serve?

starman disse...

Isto de não pôr "las gaffas" leva a gaffes da grafia...

Onde se lê "rente" deve ler-se Rente
Onde se lê "aindal" deve ler-se ainda
"...o outro não visível" deveria ler-se "...outro lado não..."

A pressa, inimiga da perfeição...