escrever, ou seja viver a vida a 4 mãos é como devia ser. mas ás vezes é muito difícil. porque antes de se partir para esta sintonia, tem de se saber quase de cor o sentido de cada nota, sustenido e colcheia...ou seja saber quase de cor as partituras para que não se repitam, ou desafinem os sons..
quando o habito se apodera, acreditamos ser maestros soberanos que qualquer nota dominamos, como se na nossa experiência de teclados e cordas percorridos nos permitisse tocar de olhos fechados qualquer pauta que se nos apresente à frente.
depois um dia, realizamos que já não gostamos do que ouvimos de nós, por causa da repetição sem invenção que toca os nossos dias. é preciso parar para reaprender o solfejo todo..das 7 notas que tudo fazem saem planos infinitos porque eternos. E isto desde logo, nos posiciona. Não somos donos de tudo so porque já tocámos muito. dominar as escalas, os meios tons, e as oitavas afinadas tem muito que se lhe diga: por causa daquela verdade antiga, mas perpétua: quanto mais sei mas percebo o quanto ainda não sei, por me faltar tanto saber..
a vida é pra ser a 4 mãos, articuladas numa motricidade fina, por causa da fragilidade..da nossa e da dos outros. só assim se faz e cria uma orquestra completa a tocar os nossos dias para a frente...
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