terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sábado, 19 de Fevereiro de 2011




DIGITALIZADA, A NOSTALGIA DEVERIA CONSUMIR-SE SEM GRANDE 
ESFORÇO.


Ás vezes, que são cada vez mais raras, em que a tristeza invade o dia e 
a noite, 
a memória como um livro de capa preta assume o tempero e comanda 
o meu estado, manda-me imagens e sensações velhas como se 
as estivesse
a viver agora. 
Sem saber como nem porquê, perpetuam-se numa noite que parece 
não querer acabar e variam a sensação do eterno com luz. 
É como se o eterno que não imagino fosse um túnel escuro, 
do qual não acho a saída..depois adormeço numa espécie de 
consolo sabendo que o dia vem, e a luz também. 


Mas, na contagem dos dias quase todos, o eterno tem sempre Luz. 
Porque para  mim a nostalgia tem romantismo lá dentro. 
Assim a digitalizo. 
É afinal a única forma que conheço, e sei,  de guardar as 
coisas na Alma. 
Nostalgia misturada com saudade, faz-me rever a matéria. 
E tudo por causa da memória.
A memória é como uma máquina, um motor de busca interna que
 nos apresenta as sensações de ontem ou de muito longe, 
numa moldura de hoje. 
Nos botões da memória minha, revejo cheiros e sabores, 
musicas e cores, paisagens e vozes, pessoas e lugares. 
É me dado saber por aí, que tudo isso que revejo foi vivido por mim. 
É a minha historia de vida registada em contextos e cenários que me 
fazem tanto sentido, porque através desse álbum percebo 
onde estou e como cheguei aqui.  
Únicos responsáveis pela felicidade, os desejos vão sendo espalhados 
pelas paredes da minha casa..e assim vivo, contente.
 de facto as nossas circunstancias.

















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