Sábado, 19 de Fevereiro de 2011
DIGITALIZADA, A NOSTALGIA DEVERIA CONSUMIR-SE SEM GRANDE
ESFORÇO.
Ás vezes, que são cada vez mais raras, em que a tristeza invade o dia e
a noite,
a noite,
a memória como um livro de capa preta assume o tempero e comanda
o meu estado, manda-me imagens e sensações velhas como se
as estivesse
as estivesse
a viver agora.
Sem saber como nem porquê, perpetuam-se numa noite que parece
não querer acabar e variam a sensação do eterno com luz.
É como se o eterno que não imagino fosse um túnel escuro, do qual não acho a saída..depois adormeço numa espécie de
consolo sabendo que o dia vem, e a luz também.
Mas, na contagem dos dias quase todos, o eterno tem sempre Luz.
Porque para mim a nostalgia tem romantismo lá dentro.
Assim a digitalizo.
É afinal a única forma que conheço, e sei, de guardar as
coisas na Alma.
Nostalgia misturada com saudade, faz-me rever a matéria.
E tudo por causa da memória.
A memória é como uma máquina, um motor de busca interna que
nos apresenta as sensações de ontem ou de muito longe,
numa moldura de hoje.
Nos botões da memória minha, revejo cheiros e sabores,
musicas e cores, paisagens e vozes, pessoas e lugares.
É me dado saber por aí, que tudo isso que revejo foi vivido por mim.
É a minha historia de vida registada em contextos e cenários que me
fazem tanto sentido, porque através desse álbum percebo
onde estou e como cheguei aqui.
Únicos responsáveis pela felicidade, os desejos vão sendo espalhados
pelas paredes da minha casa..e assim vivo, contente.
de facto as nossas circunstancias.
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