sábado, 13 de fevereiro de 2010

é assim.

Era uma vez uma vida mais pequena, o meu mundo, encolhido, controlado e teorico da solidão. Um dia o meu mundo deixou-se escolher. As suas feridas foram tocadas, conhecidas, beijadas e levadas dali para uma superficie. Nao que tenham desaparecido ou que se tenham deixado de sentir, mas foram reconhecidas. Nesse dia, fora do calendario da vida de todos os dias, confiei-te e confiei-me . Nesse dia o meu lado esquerdo, o do coração, escolheu-me em ti e deixei-te passar.
Esse dia dura ate hoje.
Por causa de dias assim foi criado um outro dia para a vida de duas pessoas que se confiam. Porque ha um espaço que tem de ter lugar, hora marcada e uma promessa. Uma promessa para o ilegivel depois. Um dia na vida de duas pessoas onde se chega mais perto de um misterio. Uma ilusao que começa por um balanço diario e nao mais que duas maos, que se dao e que se embalam rua acima, rua abaixo, para o melhor e para o pior.
Ha um dia na vida de duas pessoas em que o sentido ganha a forma de porta por onde seguem as almas, misteriosas biografias humanas, que as cegas atravessam um corredor em forma de ilha.
Ha um dia na vida em que nao passamos ao lado do nosso melhor lado, olhamos, olhos nos olhos, fechamo-los e deixamo-nos cair de costas no infinito das linhas das maos que amamos.
Ha um dia em que escolhemos o nosso lugar.


Beijos sem fim amor meu. Tua c.

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