sábado, 8 de janeiro de 2011

retiro, para voltar a dar

Marcar encontro consigo próprio é sinal de respeito pelo outro.
Rever a matéria lá dentro é assunto pessoal e ás vezes intransmissível, porque as palavras estão todas lá, em formatos geométricos até, em caras e expressões que por isto ou aquilo nos tocam, ou em sons que nos levam a voar. 
Mas, para consolidar isto tudo afim de distribuir outra vez, dando o que se pode em pacote grátis, é preciso mesmo parar, para abastecer matéria de nós em nós. 


O silencio é só não falar? o silencio fala sim, porque nós o ouvimos se quisermos.
O silencio, digo, não me assusta. Pelo contrario, alimenta-me. 


Muito discreto,  porque sem tom, nem som, sem alarmes nem pressas, está lá sempre afinal à minha espera, porque para se fazer ouvir, o silencio mete-se ao canto. E sempre que me lembro que ele existe, por causa da temperatura do corpo, ou da cabeça, lá vou encolhida á espera duma cobrança que nunca tem factura. 
Há tanto de nós dentro de nós, que só o silencio sabe interpretar.
Marcar encontro com nós mesmos, é vital. E todos ficam a ganhar.
Retirar -me do dia a dia urgente, faz-me  mesmo ser mais gente. 

3 comentários:

Carlos Pires disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlos Pires disse...

Por vezes talvez seja assim.
Mas o silêncio pode significar outras coisas: ignorância, desprezo, arrogância...
A ausência de resposta a uma pergunta clara e directa significa quase sempre desprezo - como se a pessoa dissesse à outra: "não existes" ou "não importas para nada".

Catarina HR disse...

Ola Carlos, claro que sim. No caso do que escrevi referia-me ao luxo/necessidade do silencio nosso, o que é de ouro. Em que os outros ganham porque nós ca dentro tambem nos revigorámos...mas, ha claro, silencios gelados, esses que também falam, esses são os que não deviam existir.