quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Jardim da Estrela tem Estrela

OJardim da Estrela tem alma.
Tem um bocado de mim desde que me sei existir e até antes disso.
Quando nasci o meus pais foram viver para a Rua de S. Bernardo num prédio mesmo á frente de um dos portões do Jardim.
Ai passeei e brinquei em pequenina nas varias versões que a idade faculta e ensaia. Tenho fotografias que comprovam bem esses momentos...
O meu Pai muito vanguardista desde sempre, já ia correr para o jardim todos os dias, na altura, e estamos a falar de 1966,achavam as pessoas que por lá passavam, que ele era maluco...
Depois a vida deu voltas e interrompi o jardim no meu precurso.
Hoje em dia em Lisboa os jardins estão na moda. Passaram a ser locais de culto, onde as coisas acontecem e se vivem em pleno. São concertos no coreto, são eventos de marcas e lançamentos, são projecções de filmes durante o mes de Setembro na noites boas, são quiosques e cafes e baloiços e escorregas, e picnics, e mantas na relva prantadas ao Sol. E as pessoas vão e estão e vivem o jardim. Dá  gosto.
Muitas vezes vou passar tempo ao jardim com o Duarte. Levo revistas e ele uma bola. Fazemos disso um programa e voltamos para casa contentes.
Hoje em dia o jardim é também para mim um lugar de desporto. Todas as manhas gozo o previlégio de sair de casa a pé equipada e lá vou andar depressa em voltas continuas ao jardim para me fazer bem á saúde e aos musculos, á energia ao astral.
A fauna matinal do jardim é gloriosa, as pessoass passeiam bébés em carrinhos, outras passeiam os cães, um casal de chineses namora timidamente, os putos do liceu Pedro Nunes abancam no chão na palheta a curtir um furo, os repuxos de rega são incansáveis na sua missão e cheira a terra molhada, as arvores respiram, e eu corro e páro e contemplo. E gosto e sinto-me bem. Com vida.



Sem comentários: