O Cinema em S.Martinho era um acontecimento.
Era a esperança de um programa á noite excitante onde podiam acontecer emoções. Porque era pequeno e controlado, e toda a gente se conhecia era-nos permitido ir.
Então as minhas primas e eu faziamos toillete para ir ao cinema.
Tinha cadeiras de pau arrumadas ordenadamente e um cheiro tipico a antigo, misturado com pevides.
Era uma especie de Cinema Paraiso: pelo rudimentar das ferramentas que davam as tão esperadas imagens e os tãos inesperados sons.
Era o Cinema Paraiso porque no seu exisitir prometia ilusões e vendia sonhos.
Caia o pano e levantava o pano. Por trás da janelinha de onde saia um foco de luz havia mistérios, a bobine rodava e ouvia-se paralela á voz eterna da Elizabeth Taylor, mas nós descontávamos, contentes que estavamos com o coração aos pulos.
Chamava-se CINEMA SONORO para marcar bem a sua evolução fazendo juz ao nome, dos outros filmes mudos que ja tinham passado de moda.
O Cinema foi destruido. Talvez para dar lugar a mais um prédio de apartamentos igual a tantos outros.
Fica na minha memória para sempre.
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